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quarta-feira, 22 de abril de 2015


´"A Rússia deseja a guerra. Veja como instalou o seu território tão próximo das nossas bases"
 
A NATO INSTAUROU A GUERRA NA EUROPA

A NATO instaurou o estado de guerra na Europa contra alegadas “ameaças emergentes”, preparando-se para “responder a uma crise antes mesmo de ela se iniciar” porque, como se sabe, a NATO tem este dom premonitório e, além disso, passa a vida a defender-se, nunca atacou ninguém, quem pensa o contrário é porque está possuído pela maldição de Putin, quiçá pelo espírito maléfico de Lenine.

A NATO está, pois, a defender-se em contexto pan-europeu, no imediato porque se prepara para voltar à Líbia, depois do lindo trabalho que ali deixou e que a faz temer pelo “flanco meridional”; e concentra as miras sobre o “flanco oriental”, por sinal invocando uma situação decorrente do igualmente belo trabalho que está a desenvolver há mais de um ano na Ucrânia.

A NATO vive pois sob ameaça permanente, o que nada tem de paranóico, para que conste, uma vez que cria as situações que logo a seguir invoca para dar que fazer ao monstruoso aparelho de domínio global e promover em contínuo o negócio da morte, que cresce em ritmos proporcionais aos da austeridade contra os cidadãos dos Estados membros.

O ano de 2015 é glorioso para a benfazeja instituição, de tal modo que os marketeers, designação usada, neste caso, como upgrade de propagandistas ou vendedores de morte, fazem horas extraordinárias para inventar designações capazes de baptizar tão numerosas operações.

Em Março, navios norte-americanos e de alguns aliados reforçaram o clima bélico no Mar Negro através de uma actividade com tal realismo que tornou legítimas as dúvidas sobre se eram manobras ou actos de guerra como suporte da matança regular que o aparelho segurança nazi de Kiev continua a praticar no Leste e Sudeste da Ucrânia.

Até sexta-feira, 24, decorre na Escócia um novo episódio do Joint Warrior, designação recorrente para mais uma temporada de jogos de guerra da aliança envolvendo pelo menos 50 navios de guerra de múltiplas bandeiras e 70 caças-bombardeiros.

Na passada segunda-feira iniciou-se na Ucrânia a operação Fearless Guardian (Guardião Sem-Medo, pois claro), o treino de três batalhões da destemida Guarda Nacional, um corpo de assalto nazi ao serviço do regime instaurado pela NATO em Kiev, a cargo de pelo menos 300 paraquedistas norte-americanos com apoio de agentes especiais britânicos e canadianos.

Antes disso, de 7 a 9 de Abril, a NATO deu o Noble Jump, primeira fase de uma operação de mobilização em 48 horas de 30 mil soldados da “força de resposta” – a NATO apenas responde, metam isso nas vossas cabeças de uma vez por todas – oriundos da Alemanha, Holanda, República Checa, Noruega e mais sete países. As manobras terão uma sequela já a seguir, entre 9 e 20 de Junho, dessa feita em território da Polónia, onde convergirão tropas alemãs, checas, norueguesas, holandesas e de mais oito países. O mundo ficará seguro de que tão desenvoltos soldados sacrificarão os corpos e os espíritos para impedir que o czar Putin inicie uma tenebrosa cavalgada por essa Europa até onde a terra acaba e o mar começa. Quem pensou que o objectivo de tal prontidão serviria para impedir que o ovo nazi ucraniano acabe de se chocado de maneira a espalhar ainda mais a serpente através do continente sofre de uma qualquer insuficiência mental.

O apogeu de um ano tão frenético, que a própria NATO reconhece não ter vivido desde a queda do muro de Berlim, dar-se-á em Portugal – escolha que merece ser interpretada como um desdobramento dos milagres de Fátima - Espanha e Itália, entre 28 de Setembro e 6 de Novembro, altura em que o Trident Junction juntará as forças navais de todos os Estados da aliança, uma gloriosa guerra contra as ameaças espreitando dos flancos meridional e oriental. A operação será chefiada pelo almirante norte-americano Mark E. Ferguson III (o que garante genes indubitavelmente apetrechados para as artes bélicas), por sinal comandante das forças navais na Europa e das congéneres do AFRICOM, corpo ainda jovem mas hiperactivo no âmbito dos novos conceitos coloniais.

Graças a um calendário tão fatigante como astuto, a NATO tenciona ficar pronta para “responder a qualquer crise antes que comece”. A esta doutrina chama-se “guerra preventiva”, que alguns interpretem como a capacidade de a aliança estar prevenida contra os efeitos de guerras por ela própria iniciada. Quem, a propósito, se lembrar do Iraque, do Afeganistão, da Líbia, da Ucrânia é porque sofre de um espírito minado por inconcebível má-fé, uma vez que a NATO nunca ataca ninguém. Pior seria lembrar o aforismo “quem semeia ventos colhe tempestades”, mas, por certo, ninguém se atreverá a ir tão longe no caminho do despautério.

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