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quinta-feira, 18 de junho de 2015

AS ESCOLHAS FASCISTAS DE FRANÇOIS HOLLANDE


 
Falemos de François Hollande, o presidente da República Francesa eleito depois de escolhido pelo Partido Socialista através desse suprassumo da modernidade democrática chamado “eleições primárias”, o qual, da primeira à última análise, serve para baralhar processos e distorcer escolhas.
Bastaria o percurso realizado até agora por Hollande no Eliseu para torcer o nariz às supostas virtudes das “primárias” porque, sem correr o risco de exagerar, o chefe de Estado francês nada tem de socialista e quanto a ser ou não um democrata, a ver vamos.
Seguidor rastejante de Angela Merkel e Barack Obama, a pontos de tentar superá-los nos dislates para revelar o quanto lhes é fiel; adulador do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, logo cúmplice das suas malfeitorias e violações de direitos humanos; ambíguo (o adjectivo é suave) em tudo quanto diz respeito ao terrorismo, François Hollande é um desastre internacional. Somem-se a sua vocação para servir o grande patronato francês, para legislar contra os trabalhadores, para semear a austeridade e teremos um exemplo perfeito do que não deve ser um chefe de Estado num regime presidencialista, e logo de uma grande potência como a França.
Para conhecer melhor Hollande é importante identificar os seus principais mentores na tarefa, isto é, conhecer quem um presidente socialista escolheu como principais conselheiros.
O chefe da sua Casa Militar, o homem que superintende sobre as decisões de Hollande relacionadas com a guerra e a paz, alianças e inimigos, é o general Benoît Puga. Pois o general Puga é um militar colonialista e fascista, membro da seita fundamentalista católica criada por monsenhor Lefèvre e que passou pelas chefias dos departamentos de operações especiais e de espionagem militar. O general Puga entrou em funções no Eliseu pela mão do presidente Sarkozy e depois o socialista Hollande adoptou-o como um dos seus. Não pode dizer-se, portanto, que François Hollande se tenha enganado na escolha: ao reconduzir quem reconduziu sabia perfeitamente que iria trabalhar com um militar saudoso das guerras coloniais e um neocolonialista que, além disso, se revê nas práticas israelitas.
O chefe da Casa Diplomática do presidente socialista é Jacques Audibert, que além de se identificar igualmente com a extrema-direita é conhecido por ser “um americano com passaporte francês”. Ficaria quase tudo dito, embora haja mais no currículo: Audibert é um agente do governo israelita no Eliseu, unha e carne com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Laurent Fabius, que foi aliás quem negociou o apoio financeiro à campanha de Hollande – ilegal à luz das leis francesas – pelo Qatar e a família Rockfeller através da Exxon-Mobil. Audibert reúne na sua figura o culto pela extrema-direita e os interesses dos lobbies israelitas.
Antes de chegar ao Eliseu pela mão de Hollande, Jacques Audibert tinha, aliás, passado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde saneou todos os diplomatas de reconhecida competência nas relações com os países árabes, remetendo-os de preferência para a América Latina, e abrindo as portas aos que dançam a música tocada por Netanyahu e companhia.
Talvez por tudo isto uma das primeiras atitudes de Hollande, depois de eleito, tenha sido a de declarar a França, no seu todo, como responsável pelas atrocidades contra os judeus cometidas pelo regime de Vichy, sob a tutela de Pétain. Isto é, Hollande confundiu uma situação de excepção no Estado francês, a vigência de um regime ilegítimo, não assente em eleições e subordinado à Alemanha Nazi, com o Estado de direito de uma França democrática e republicana. Uma atitude grave, abusiva, um insulto à Resistência e aos democratas franceses cometida pelo socialista Hollande e que não é certamente uma gaffe, é uma escolha.
Quando chegou ao Eliseu, Hollande já deixara há muito o socialismo numa qualquer gaveta perdida na sua meninice, se a teve; pelo caminho deixou também algures a democracia, substituída por uma “lepenização” que representa uma enorme burla contra os milhões de cidadão que, saturados de Sarkozy, nele um dia confiaram.

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